sábado, 6 de junho de 2015

Quem será a mãe de todas as cobras?

A cerca de 110 milhões de anos, muito antes dos dinossauros desaparecerem, o mais recente ancestral comum de todas as cobras que vivem hoje deslizava através das selvas densas de Gondwana, perseguindo pequenos mamíferos e besouros sob uma lua antiga.
Essa é a conclusão de uma análise recente de pesquisadores da Universidade de Yale, que conduziu o primeiro estudo em profundidade genética e anatômica de dezenas de espécies de serpentes, vivas e extintas, para chegar a uma melhor visão dos traços de comportamento e físicos da antiga criatura. Com mais de 3 metros de comprimento e com dois membros insignificantes perto de sua cauda, ​​ela provavelmente iria dar-lhe calafrios se cruzasse seu caminho hoje.
Os resultados sublinham o grande sucesso evolutivo da estrutura do corpo das cobras. Existem mais de 3.000 espécies em todos os continentes, exceto na Antártida, mas as cobras não mudaram muito em mais de 100 milhões de anos. "Apesar de não terem pernas, as cobras são hábeis em sobreviver em uma variedade de habitats, de desertos, florestas, ambientes aquáticos, a árvores, e em locais subterrâneos. Elas são incrivelmente adaptáveis”, disse Daniel J. Field, um biólogo evolucionista de Yale que, juntamente com os colegas, publicaram o estudo na revista BMC Evolutionary Biology.
Várias questões inquietantes sobre a evolução das cobras persistem há décadas: elas se originaram na terra ou nos oceanos? Como elas ficaram sem seus membros? O que comiam as primeiras cobras? "Historicamente, tem havido uma falta de fósseis de cobras, e isto tem sido um fator limitante para a compreensão de como e quando as cobras modernas surgiram", afirmou Field.Michael Lee, um especialista em genética da Universidade de Adelaide, na Austrália, que estuda a origem dos antigos répteis, ele diz ainda: "Este é o estudo mais abrangente e rigoroso da origem das cobras até esta data." Mas isso está longe de terminar. Existem algumas dezenas de milhares de espécies de serpentes vivas no mundo. "A reconstrução é plausível, mas existem outras interpretações", diz Lee. "O ancestral comum mais recente das cobras vivas atuais vai ser difícil de encontrar."


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