segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sequenciado pela primeira vez o genoma de uma rã


Como resultado dos esforços de mais de uma dezena de unidades de investigação em todo o mundo há mais uma espécie cujo genoma já foi sequenciado – a Xenopus tropicalis.A X. tropicalis é congénere da rã-de-unhas-negras, Xenopus laevis, espécie frequentemente usada como modelo em estudos de biologia do desenvolvimento e celular, mas o seu genoma tem uma estrutura mais simples.
Com efeito, ao contrário dos 18 pares de cromossomas que integram quatro cópias de cada gene que a rã de unhas negras africana possui, a X. tropicalis apenas apresenta 10 pares de cromossomas com 2 cópias de cada gene, pelo que o seu estudo é menos complexo.Dada a sua origem evolutiva comum há cerca de 360 milhões de anos os genomas da rã e do Homem apresentam semelhanças importantes. Com efeito, para além da forma como os cromossomas se agrupam ser idêntica em 90% os humanos os humanos e esta rã partilham 1700 dos genes envolvidos em doenças genéticas como o cancro, a doença de Alzheimer, a esclerose múltipla, a artrite reumatóide, a asma e várias doenças cardíacas.Deste modo, a sequenciação do genoma da X. tropicalis pode ser muito útil para a investigação científica sobre estas doenças genéticas – a identificação das situações em que os genes comuns às rãs e aos humanos são ativados seria um passo importante na luta contra estas doenças.
Por outro lado, a decodificação do genoma deste anfíbio pode ser importante para compreender o que está por detrás do declínio dos anfíbios, segundo explica Uffe Helsten que participou no estudo. Com efeito, os anfíbios são muito sensíveis à presença de produtos químicos que interferem com o seu sistema hormonal e o conhecimento do genoma desta espécie permitirá estudar como atuam essas substâncias.Os resultados da sequenciação do genoma da X. tropicalis foram publicados num número recente da revista Science.

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