quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Reciclagem vira esperança para detentos


A reciclagem de papel é a esperança de uma vida nova para presos de uma penitenciária de Tremembé - SP. O trabalho na fábrica é fonte de renda, enquanto ainda estão detidos, e treinamento para o trabalho, depois que deixarem a prisão O papel de Ânderson Araújo dentro da penitenciária mudou. Ele passou por um processo seletivo e agora, em vez de ficar ocioso o dia inteiro, trabalha na fábrica de papel reciclado da penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P-2 de Tremembé.
- A rotina, a falta da família, se a gente não tem um trabalho, fica complicado - declara Ânderson.
A fábrica começou a produzir esse ano. A confecção é de folhas a base de materiais bem diferentes, como bitucas de cigarro e troncos de banana. Tudo feito pelos detentos, que trabalham das 7h30 às 16h30.
- É um clima de empresa realmente, que tem inclusive uma linha de processo - explica o monitor Alan Martins.
A fábrica se chama Iepê - palavra que significa liberdade em tupi guarani. E não é à toa. Os presos ganham um salário mínimo, cursos de reciclagem e um dia a menos na pena a cada três trabalhados.
- Eu já consegui diminuir minha pena que era 12 anos e passou a ser 11 - afirma Roberto Pereira, detento.
De acordo com uma pesquisa feita pela Secretaria de Administração Penitenciária, depois de cumprir a pena, metade dos presos volta para a prisão. Esse projeto social tenta ensiná-los a reciclar papéis e, principalmente, a própria vida.
Depois de oito anos atrás das grades, Marco Antônio Lima vai voltar às ruas. E os reflexos do trabalho na cadeia devem refletir na nova vida: ele pretende abrir uma empresa para reciclar papéis.
- Antigamente a gente fazia muita coisa errada. Hoje ganho um dinheiro limpo e quero provar que a gente tem capacidade de poder mudar nossa vida- explica Marco.
Há 40 presos aguardando vaga para as próximas turmas.


fonte: www.oglobo.com

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